Bullying é um termo que tem origem inglesa (bully = “valentão”), mas que já se tornou comum entre os brasileiros.

Isso porque, segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2015, um em cada dez estudantes no país, é vítima de bullying.

Mas afinal, o que é o bullying? Como posso saber se estou sofrendo o bullying ou se meu filho ou alguém próximo está? Existe tratamento para quem sofre bullying? Quais os tipos de bullying?

Vamos entender nesse artigo, tudo que você precisa saber sobre esse ato que incomoda e interfere na vida pessoal e social de tantas pessoas.

O que é o bullying?

Bullying é toda prática, constante e sistemática, de violência psicológica e física, praticados de maneira intencional, por uma pessoa ou um grupo contra determinada pessoa.

Vale pontuar que episódios isolados de agressão física ou verbal não são caracterizados dessa forma. 

Além disso, quando feito por adultos também não se caracteriza bullying, mas sim assédio moral.

Ou seja, a prática é sinônimo de tortura verbal e física, que prejudica propositalmente uma pessoa, por motivações diversas, como vamos ver mais a frente.

O termo bullying parece ser relativamente novo, mas foi utilizado pela primeira vez pelo psicólogo  sueco Dan Olweus, na década de 70, para caracterizar seus estudos sobre casos de violência nesse sentido.

Ele não é exclusividade nas escolas e instituições de ensino, como muitos acreditam, ele ocorre em qualquer espaço onde haja contato interpessoal, como na família, no trabalho, no clube e em diversas outras atividades.

Como os casos de bullying tem crescido de forma relevante no Brasil e no mundo, e, principalmente, provocado consequências graves, psicológicas, físicas e até de suicídio.

Nesse sentido, diversas ONG´s estão empenhadas em ampliar a discussão na sociedade e na mídia, para combater o ato a partir de campanhas anti-bullying.

Em 2016, a Lei número 13.185, classificou o bullying como “intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação”.

Essa classificação inclui também atos físicos, ameaças, humilhações, comentários e até apelidos pejorativos.

Quem pratica o bullying?

O perfil dos agressores, em geral, são crianças que por algum motivo são levadas a ter comportamentos agressivos com os colegas.

Apesar dos praticantes do bullying terem noção de estarem causando sofrimento, eles persistem realizando os atos como uma forma de aceitação em seu meio social.

Em outras ocasiões, os agressores têm como objetivo dominar fazer prevalecer sua vontade e seu poder através das provocações.

É importante salientar também, que muitos dos autores das agressões, têm dificuldade em sentir empatia, com histórico familiar mais complicado ou desestruturado, em que a falta de amparo reflete nos atos da criança ou adolescente.

Quem sofre bullying?

Não há um perfil único que classifique alguém que pode ser vítima de bullying, qualquer um pode sofrer, mas há características mais gerais, de acordo com os casos registrados, que podem ser mais evidentes:

  • Alunos ou pessoas novas em um grupo social;
  • Pessoas extremamente tímidas;
  • Pessoas com traços físicos fora do padrão social;
  • Pessoas com dificuldades de habilidades sociais e psicológicas;
  • Pessoas mais estudiosas, inteligentes e com excelentes novas, o que provoca inveja e vingança dos demais.

Como identificar uma criança que está sofrendo bullying

Geralmente, a criança não relata aos pais e aos responsáveis que está passando por uma situação de bullying na escola.

Aliás, os bullies muitas vezes fazem um tipo de pressão psicológica a fim de evitar que os adultos saibam de seus atos.

No entanto, há vários indicadores que podem evidenciar que uma criança está sofrendo bullying na escola, entre eles:

  • Desinteresse pela escola e pelos estudos;
  • Machucados e hematomas constantes;
  • Isolamento dos amigos;
  • Material escolar e uniforme deteriorados;
  • Tristeza e choro sem motivo aparente;
  • Baixa autoestima;
  • Irritabilidade e agressividade;
  • Dores de cabeça ou de barriga constantes.

Tipos de Bullying

O bullying pode vir de diferentes formas e ambientes, como já mencionamos, mas, na verdade, o que classifica o tipo de bullying, é o seu tipo de agressão.

Veja os principais tipos de agressão:

Verbal

Como o nome já diz, é usada quando se usa de palavras para controlar ou ferir alguém. 

A agressão verbal se manifesta a partir de:

  • Xingamentos;
  • Apelidos;
  • Insultos;
  • Ironias.

Físico

Esse é o tipo clássico de agressão e costuma ser um dos mais traumáticos, já que os impactos físicos tornam-se traumas.

Ou seja, uma agressão física pode também suscitar problemas psíquicos como por exemplo, depressão infantil.

A agressão física pode se manifestar por:

  • Empurrões;
  • Socos;
  • Chutes;
  • Beliscão;
  • Tapas.

Moral

A agressão moral é aquela referente a julgamentos pelo modo de ser do outro, estabelecendo como certo ou antiquado determinados comportamentos.

Além disso, a agressão moral pode vir à tona na forma de: 

  • Difamação;
  • Disseminação de rumores e calúnias;

Psicológico

Esse tipo de agressão se refere a qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima da criança, prejudicando e perturbando o pleno desenvolvimento dela. 

Formas de agressão psicológica são:

  • Exclusão;
  • Isolamento;
  • Intimidação;
  • Manipulação;
  • Ameaças;
  • Discriminação;
  • Perseguição.

Cyberbullying

Hoje em dia, a forma de agressão que mais cresce é o cyberbullying, ou seja, quando ocorre por meio da tecnologia, seja internet, como redes sociais, e-mails, e mensagens no celular.

Por isso, é essencial que pais ou responsáveis monitorem o uso das tecnologias por suas crianças, intervindo sempre que o uso for inapropriado.

Material

Às vezes, a forma com que o bully encontra para dominar uma certa situação ou buscar aceitação do seu grupo de colegas é pegando, por meio de algum tipo de agressão, bens de outras crianças.

Assim, a agressão material acontece quando há furto ou destruição de algum bem material da criança.

Sexual

Assim como a agressão física, a sexual pode causar uma série de repercussões mentais.

Por exemplo, a ansiedade infantil pode ter relação com casos de abuso sexual físico ou assédio sexual.

É essencial a ajuda de terapia para que a criança possa superar esses traumas.

Bullying nas escolas

A escola costuma ser o ambiente mais propício para esse tipo de violência, isso porque, o ambiente escolar é um espaço, em geral, mais democrático de ensino e de formação das capacidades humanas, e que reúne grupos de pessoas em uma idade muito importante de formação do caráter e personalidade.

Crianças e adolescentes em idade escolar, vivem diariamente questões únicas de provação, identificação e definição das suas novas crenças, em um momento mais distante da criação dos pais.

É uma relação insegura consigo e com os demais que exige muito da autoafirmação.

Além disso, a agressão física ou psicológica não ocorre diante das autoridades, normalmente são nos intervalos, entrada e saída de alunos, ou em sala de aula, por gestos, bilhetes longe das vistas dos professores.

Quais as principais consequências do Bullying

Não é incomum que a vítima do bullying, tenha medo ou vergonha de delatar seus agressores e os seus comportamentos, tornando-se uma criança triste e retraída.

E essas marcas das agressões, que podem ser físicas ou psicológicas, podem permanecer e causar danos durante uma vida inteira.

Aos amigos que percebem que seus companheiros estão sofrendo bullying, é importante o apoio e a presença para que possa estabelecer novamente uma situação de coragem para encontrar ajuda, seja na escola ou em casa.

Aos pais e responsáveis, é importante notarem o comportamento dos seus filhos e perceberem qualquer sinal de mudança, isolamento ou até de repulsa a escola, sem motivo aparente.

A ajuda psicológica se faz necessária na maioria dos casos para quem sofre ou sofreu o bullying, porém, é fundamental que os responsáveis pela agressão e também a escola – no caso de agressão nesse ambiente – sejam notificados e responsabilizados pela atitude.

O bullying pode gerar problemas graves, que irão variar pelo tipo e tempo de exposição ao ato.

As vítimas podem ter sua aprendizagem comprometida, apresentar falta de motivação, ansiedade, insônia, e tantos outros transtornos psicológicos, além de serem impactadas também em seu processo de socialização.

Uma grande consequência do bullying é que a criança que sofre tais agressões pode crescer com problemas de autoestima, tendo dificuldades de atingir seus objetivos e sonhos por falta de crença em si.

Essa repercussão vai desde a dificuldade de se relacionar amorosamente com alguém, até a obtenção de conquistas laborais, empreendendo ou estudando para concursos.

Alguns sinais típicos que podem ajudar aos pais a identificarem a mudança de comportamento:

  • Queda no desempenho escolar;
  • Tendência a se isolar;
  • Recusas de ir a escola;
  • Dores de cabeça e insônia;
  • Transtornos alimentares;
  • Tristeza e apatia;
  • Febre e tremores.

Como combater o Bullying?

Sem dúvidas a disseminação da informação e da conscientização são as melhores ferramentas para se combater o bullying.

Por isso, é importante que esse seja um diálogo amplo, e que esteja dentro de casa, das escolas e da sociedade em geral.

Quanto mais cedo essa ferramenta da informação for utilizada, menores serão os riscos das agressões ocorrerem, seja por falta de conhecimento sobre o tema ou por ações efetivas dentro dos espaços mais comuns das ocorrências, como as escolas.

Se a sua escola ou a escola do seu filho ainda não realiza iniciativas paliativas de combate ao bullying, seja você o agente transformador.

Não é complicado e temos algumas dicas de como você pode começar esse processo:

  • Sugira palestras com professores e orientadores educacionais para o debate sobre a conscientização do bullying;
  • Organize atividades artísticas com o tema, como teatro com os alunos;
  • Utilize jogos e outras ferramentas lúdicas para transmitir a informação e estimular o trabalho de grupo;
  • Distribua comunicados às famílias para informar e conscientizar.

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